175,5 mil toneledas foi o total de lixo importado em um ano.

Neste domingo, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma matéria em que afirma que o Brasil importou mais de 223 mil toneladas de lixo desde de janeiro de 2008 a um custo de 257,9 bilhoes de dólares. O material seria destinado à reciclagem visando suprir (pasmem) a falta de matéria prima para o setor. Mas e todo lixo que a gente produz?
Acontece que, ainda de acordo como jornal, o Brasil não tem uma coleta seletiva eficiente. Apenas 7% dos municípios fornecem o serviço que destina apenas 22% de todo o lixo produzido no país para a reciclagem. Com isso o país deixa de ganhar cerca de 12 bilhões de dólares e as empresas de reciclagem em todo o país trabalham com 30% de sua capacidade com falta de matéria prima.
Enquanto isso, milhares de brasileiros vivem em situação de miséria e pobreza, precisando viver em lixões e sobreviver do que conseguem coletar nestes lugares. Para piorar, após a deflagração da crise em 2008, o preço do alumínio, material de maior valor agregado e que mais traz lucro para os catadores, teve uma queda de preço drástica como pode ser visto na reportagem "Crise de quem?" feita por alunos do primeiro ano de jornalismo da ECA-USP:
A situação não é tão confortável para as autoridades se darem ao luxo de importar lixo de outros locais. Aterros sanitários de grandes cidades, como o de São José, em São Paulo, já estão saturados. Buscar alternativas para o lixo destas grandes cidades e evitar o despejo de lixo em locais cada vez mais longínquos são medidas sensatas que além de beneficiar o meio ambiente, trazem inclusão social, desenvolvimento econômico e qualidade de vida.
Tudo isso ilustra o futuro que nos espera se não forem tomadas medidas rápidas para o tratamento e destinação adequada do lixo. A cada dia torna-se mais difícil se livrar deste problema criado pela sociedade moderna e industrializada pós séculos XIX, buscando-se diversos modelos de depósitos. O que não se pode permitir, é que os países do terceiro mundo tornem-se lixões do primeiro mundo como é o caso da África, que recebe cada vez mais lixo proveniente de materiais eletrônicos de difícil reciclagem.
O Brasil tem matéria prima suficiente para sua indústria de reciclagem, não precisa "tratar" o lixo alheio, basta deixar de jogar matéria prima no lixo.
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