Motoristas de ônibus de SP rejeitam proposta e confirmam greve na próxima 2ª
da Folha Online (http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u402478.shtml)
Os trabalhadores reivindicavam o que consideram perdas salariais, um reajuste de 5,54% e mais 5% de aumento real. A categoria também pede, segundo o Sindmotoristas (sindicato dos motoristas), plano de saúde com qualidade, pagamento de participação nos lucros e resultados das empresas, fim da jornada flexível e folga dupla para aqueles que atuam no setor de manutenção dos veículos. O sindicato patronal oferece 4,69% de aumento, o que a categoria não aceita.
Isso me cheira aumento de tarifa. Não sei você já percebeu, mas toda a greve no setor de trasportes nesta cidade implica no aumento da tarifa. Funciona mais ou menos assim:
O setor (seja ele qual for) pede aumento, a empresa responsável pelo trasporte não "tem condições" para dar, ou falando o português claro, não quer abrir mão de seus lucros altíssimos com o transporte que deveria ser público e não um mercado, deveria possuir preço de subsistência e não de lucro. Assim, para manter os lucros e fazer a peãozada trabalhar cedem aos aumentos, e após as eleições (sempre após as eleições quero que fique bem claro) o próximo prefeito aumenta a tarifa.
Traduzindo em miúdos, a greve que nesta segunda feira vai causar dor de cabeça, ano que vem vai doer em outro lugar. Já pagamos uma tarifa de R$ 2,30, que significa uma viagem do no mínimo R$ 4,60 para ir e voltar do trabalho, isso sem contar a tarifa do metro que é cerca de 4% maior. Estamos ao ponto de pagar uma viagem intermunicipal para andar dentro da própria cidade de São Paulo, se a tarifa aumentar novamente, possivelmente igualar novamente
ônibus e metro (para mais é óbvio) não demorará muito para o metrô subir também e assim vai, a tarifa do transporte público em São Paulo cresce em progressão desde a época (tempos áureos) que ela valia um real.
Uma greve deste tipo, na minha opinião, busca muito mais que a luta da classe trabalhadora, estes trabalhadores para mim trabalham à favor dos grandes (talvez sem perceber) ou sofrem da síndrome mundial de individualismo: desde que o salário deles subam, pouco importa o que acontecerá depois.
Uma síndrome destas aliada à síndrome de comodismo da população que só sabe se queixar e não sabe se impor é um prato cheio para a tarifa aumentar, aumentar, aumentar e quem sabe em 2012 não estejamos pagando de 10 à 15 reais para ir e voltar do trabalho não é mesmo?
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"Posso não concordar com uma palavra sua, mas lutarei até à morte para que tenha o direito de dizê-las" - Voltaire.