Exagero midiático

Gripe Suína é menos do que se imagina

Percentual de mortos ainda não chegou a 1%. Gripe comum matou um número muito maior de pessoas no inverno do ano passado.

Com cerca de três meses de vida, a nova gripe, inicialmente chamada de suína e hoje tratada pelo termo técnico "Gripe A H1N1", já matou 56 pessoas em todo o Brasil e causa temor na população. Em comparação ao total de casos diagnosticados (1.566), o número de mortos é de aproximadamente 3,5%. No mesmo período do ano passado a gripe comum chegou a matar 4,5 mil pessoas de acordo com o site "Observatório da Imprensa".

Porém, para evitar o crescimento destes números, as Secretarias Estaduais de saúde e o próprio Ministério da saúde têm dado diversas orientações. Dentre elas está a suspensão das aulas em escolas da rede estadual de São Paulo, evitar permanecer em locais fechados e lavar as mãos com frequência. Muito mais do que segui-las, a população tem se assustado com o tratamento e exaltação dada às mortes pela Gripe A. Muitos têm evitado sair de casa e os postos de saúde estão cada vez mais lotados.

Não é por menos. As recentes notícias veiculadas por jornais em todo país esquecem de comparar números e têm focado cada vez mais na exacerbação numérica do que na sensatez de elucidar o leitor sobre o novo vírus. Em sua coluna no site Observatório da Imprensa, Luiz Antônio Carlos Magalhães comenta a cobertura feita pela mídia e relembra outras epidemias que "abalaram o mundo" mas que não passaram de sensacionalismo barato.

Lendo o artigo, é fácil concluir de onde vem o medo de algo que ainda não nos atingiu. É um terrorismo diário assim como na época em que o PCC supostamente tomou as ruas de São Paulo. Naqueles dias, quem se arriscou a sair de casa percebeu que, tirando a falta de pessoas nas ruas, tudo estava normal.

Hoje, quem ainda se arrisca a frequentar o barzinho de toda a sexta feira e a pegar metrô todo dia já começa a se ligar que a Gripe A não é tudo isso que parece ser. É perigoso? Sim! Mas não precisamos nos enjaular.