sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Debate Band

O vazio pós-debate


Discutir quem venceu o Debate Eleitoral é a maior ignorância que se pode cometer. Afinal de contas, quem deveria sair ganhando com alguma coisa deveria ser o próprio eleitor. O frisson após o comício coletivo, das assessorias de comunicação e dos próprios candidatos, cada um puxando sardinha para o seu lado, demonstram como a disputa pelo poder é muito mais pessoal do que partidária.

Quando digo pessoal e não partidária não me refiro à burocracia petista, tucana ou verde. Longe disso. Falo de ideologias. Aquele que puxa a própria sardinha, esquecendo-se da importância do embate de ideias, é sem dúvidas o mesmo que vende aquilo que a demanda pede. Os três minutos pós-debate, com as entrevistas e comentários dos candidatos, são reveladores sobre isso. É impressionante como, longe dos palanques formais do evento, eles se mostram como verdadeiramente são. Se escondem de quem? Uns dos outros?

E para piorar a situação, ainda temos quem comente, debata e analise quem foi o grande vencedor do debate, falando nada sobre nada. Ali ninguém sai ganhando, não! O brasileiro assiste debate pra confirmar teses. Se quisesse formar alguma opinião teria aberto mão do tradicional futebol de quarta-feira. Só vamos ter alguma noção de transferência de votos durante o horário eleitoral, onde todo mundo fala sozinho, em tempo desigual. É nessa hora que será possível mostrar o que move o eleitorado: a criança indo pra escola feliz, o idoso sendo atendido no hospital público... ainda que seja uma farsa, acalenta e dá um esperança para quem não tem nada. Mas, como falta pauta, vamos assistir hoje, o dia todo, especulações sem fundamento sobre quem venceu o debate.


2 comentários:

  1. Digamos que pauta não falta. O que falta é vontade, nos meios de comunicação, de fazer uma discussão verdadeiramente politizada com a sociedade.

    ResponderExcluir
  2. A propósito, a Marina é apenas café com leite. Todo mundo sabe que eleição é apenas entre Dilma e Serra.

    ResponderExcluir

"Posso não concordar com uma palavra sua, mas lutarei até à morte para que tenha o direito de dizê-las" - Voltaire.