segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Plínio

Plínio Inácio Lula da Silva

Sua plataforma de governo é de extrema esquerda, ele defende a reforma agrária, a socialização da saúde pública e é extremamente polêmico. Debocha de seus adversários políticos e esteve presente na fundação do PT.

Poderia estar falando do Lula de 10 anos atrás, mas é Plínio de Arruda Sampaio, candidato à presidência do PSOL, quem eu quero descrever. No primeiro debate eleitoral de 2010, na Band, Plínio foi a salvação de
quem optou pelo dever cívico de assistir ao debate. Crítico e debochado, o candidato manteve uma postura descontraída e conseguiu arrancar risos de quem estava presente.

O resultado? Plínio foi chamado para o debate da TV Globo e passou a ter um pouco mais de espaço na imprensa, além de 2 mil novos seguidores no Twitter. Percebeu-se que as suas tiradas, embora ideológicas e de vaga aplicação na vida real, rendem boas discussões e, principalmente, risadas. Plínio conseguiu mostrar que, apesar da idade avançada, ainda consegue ser despojado.

Sua postura lembra as principais qualidades que levaram Lula à presidência, ainda em 2002, quando os brasileiros estavam cansados do modelo "gerentão", de pouco resultado social efetivo, da era FHC. Essas características são as próprias ideias radicais e socialistas e a forma acessível da fala e crítica constante aos seus opositores, visando a desmistificá-los enquanto candidatos. Devemos lembrar que ninguém, nem mesmo Plínio, conseguiu decifrar suas propostas para o eleitor médio. Porém, o candidato do PSOL mantém a vantagem de conseguir desmistificar a proposta alheia de maneira simples e sem rodeios.

Isso significa que Plínio vai dar uma guinada e conseguir vencer as eleições? Óbvio que não! Mas a sua presença no debate foi muito esclarecedora, pois mostrou como nenhum dos três maiores candidatos têm características equiparáveis ao do atual presidente, considerado um fenômeno político. Mesmo que todos tentem pegar carona na popularidade de Lula, declarando-se seus sucessores ou substitutos, Plínio me pareceu ser o único com o mínimo da desenvoltura típica do atual presidente. Só há uma diferença: Plínio não é nem sucessor, nem substituto de Lula.

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"Posso não concordar com uma palavra sua, mas lutarei até à morte para que tenha o direito de dizê-las" - Voltaire.