quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Kassab tem 55% de aprovação segundo o Ibope. Conheça seus principais feitos para isso

Projetos de maior aprovação são de gestões passadas

De acordo com pesquisa realizada pelo Ibope e divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo desta quinta-feira (30), a gestão do prefeito Gilberto Kassab tem 55% de aprovação. Dentre os cinco programas que foram mais bem avaliados pela pesquisa, três NÃO são originais desta gestão. Ou seja, são apenas continuações do que já estava dando certo. Já entre os cinco com maior desaprovação, apenas um é continuação de gestões passadas.

A conclusão é simples: Kassab foi equivocado na maioria de suas ações, para não dizer outra coisa. As áreas de maior desaprovação são as principais periferias de São Paulo, Zonas Leste, Norte e extremo Sul com 46% de desaprovação. As regiões com maior aprovação (64%), no entanto, são aquelas com maior concentração de serviços e/ou renda: Centro e Zonas Oeste e Sul.

Quais foram as "inovações" da prefeitura durante a gestão de Kassab?

Começou com a Lei Cidade Limpa, que embora seja genial do ponto de vista urbanístico, começa a causar problemas para a própria prefeitura. Como prefeito coerente que sempre foi (risos), Kassab decidiu flexibilizar a Lei Cidade Limpa. Com as críticas, ele voltou atrás e em entrevista ao Estadão afirma que "vai aumentar o rigor com a fiscalização. Haverá forças-tarefa que vão atuar com as subprefeituras para fiscalizar a lei".

Kassab esquece de avisar que, se aprovada sua proposta de flexibilização da Lei, esta fiscalização valerá somente para aquelas empresas que tenham se recusado (ou que não tiveram condições) de colaborar com o restauro de fachadas de edifícios históricos. Na prática, um monopólio municipal da publicidade em fachadas.


Depois vem a genial Proibição de Circulação de Fretados em São Paulo. Insatisfeito de ter comprado briga com comerciantes e empresários, Kassab decidiu se indispor com a classe média obrigando-a a utilizar o transporte coletivo. A medida é simples. Proíbe-se a circulação de fretados em regiões estratégicas da cidade e o funcionário é obrigado a utilizar o transporte coletivo para chegar até o ponto onde seu fretado pode buscá-lo. Assim, Kassab garantiu uma maior frequência em ônibus, lotações e trens, aumentando a arrecadação para os cofres públicos.

Não bastasse obrigar o trabalhador médio a utilizar o transporte público, Kassab também aumentou em 50% o valor do transporte público municipal. No início da sua gestão, o valor de uma passagem de ônibus era R$ 2,00. Hoje, ela atingiu, finalmente, o valor de R$ 3,00. No mesmo período, diversas linhas de ônibus foram fechadas (?!) e a inflação acumulada foi de 14,8%.

Durante estes últimos dois anos, a prefeitura também diminuiu a verba para limpeza pública em 20%, além de ter cortado uma das cinco refeições oferecidas em creches públicas. Recentemente, também foi alterado o material e a quantidade de uniformes de inverno distribuídos em escolas municipais.


Quem é ele?

Kassab chegou ao cargo executivo pela porta de trás. Era vice de Serra e assumiu a prefeitura depois que ele renunciou para concorrer ao Governo do Estado. Antes disso, foi Secretário de Planejamento durante a gestão de Celso Pitta, preso em 2008 por desvio de verba pública e lavagem de dinheiro.

É autor de alguns embaraços políticos clássicos. O mais recente foi ter dito que não haveria aumento da taxa de inspeção veicular e voltar atrás no dia seguinte, após a concessionária do serviço lembrar que o aumento estava previsto em contrato. Durante sua campanha em 2007, afirmou que não aumentaria a tarifa do ônibus no ano seguinte à sua eleição. Em 2008 a tarifa de ônibus não teve aumento, mas em 2009 ela aumentou acima da inflação compensando o ano anterior.

E para fechar com chave de ouro, fica o perfil democrático do nosso prefeito, escorraçando um homem de um hospital público ao ser questionado sobre a Lei Cidade Limpa:

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"Posso não concordar com uma palavra sua, mas lutarei até à morte para que tenha o direito de dizê-las" - Voltaire.