sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Chuvas e obras paliativas

Piscinões são um câncer à céu aberto

Mais uma vez as chuvas assolam o Brasil inteiro com deslizamentos e enchentes. O número de mortos já passa de 400 e os prejuízos são inestimáveis.

Ainda assim, em São Paulo você é obrigado a ouvir pérolas como "não é possível fazer uma obra do dia pra noite", de quem está há quase 20 anos no poder. Ou até mesmo mentiras deslavadas, afirmando que os piscinões estão funcionando. Sim, estão mesmo. Mas são, comprovadamente, insuficientes.

Mas a insuficiência comprovada em mortes não é o bastante para a desistência desse câncer à céu aberto que a prefeitura inaugura em qualquer terreno público. Onde se poderia construir qualquer coisa (de escolas à hospitais), é preferível abrir grandes buracos. Buracos vazios propícios à desvalorização da região e,em muitos casos, aumento da violência. Tudo isso sem nenhuma indenização ao cidadão que mora no entorno. Pelo contrário, ele deverá ajoelhar e agradecer à Deus por ter recebido um buraco de presente do poder público.

Remanejar áreas de encosta, investir em sistemas de alerta eficientes e construir galerias que funcionem é muito mais complexo, dispendioso e menos visível. Parece que para os 20 anos gestão tucana, é melhor  repetir o tipo de engenharia malufista: prática, rápida, visível e lucrativa para qualquer empreiteira doadora de campanha. E o melhor? Eles nunca funcionam 100% e sempre demandam novos piscinões, novos milhões, e novos benefícios para os parceiros de campanha. Genial!

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"Posso não concordar com uma palavra sua, mas lutarei até à morte para que tenha o direito de dizê-las" - Voltaire.