sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Marcha contra Corrupção à brasileira


Uma primavera até pode acontecer no Brasil, mas será à moda brasileira

Lucianna Kalliu e Daniella, percusoras do movimento 
de massas da classe média. (Foto: Wilson Pedrosa/AE)
As criadoras e organizadoras da marcha que levou 25 mil pessoas a se colocarem contra a corrupção em Brasília deram as caras hoje no Estadão. Com frases como Para federal, eu votei no Paulo Tadeu (PT) porque ele ajuda Sobradinho", as duas reproduzem um modelo de eleitor desinformado, que vota por conveniência, sem consciência ou ideologia. Ler a mtéria é um exercício para saber os motivos pelos quais um movimento de massa não toma o país contra este tipo de atitude.

Longe de uma ação política posicionada politicamente (e posição política independe de partido), as irmas Lucianna e Daniella Kalliu mostram uma ímpeto de ocasião, de interesse de grupo e muito pouco comprometido com as questões profundas da política Brasileira. Pelo contrário, elas mal sabem o que estão fazendo. Uma delas, Daniella, se esforça: "Quero me engajar. Já estou lendo muito mais. Pesquisei muito no Google sobre política. Estou aprendendo muito".Mas a sensação que passam é de um movimento de rabeira, que vai na onda do que está acontecendo ao redor do mundo.

É de se questionar a capacidade de um movimento sem identidade ideológica se manter. Será que, caso Dilma e/ou o PT deixe o Executivo, e a corrupção sem mantenha, o movimento se sustentaria? Será que as irmãs estão dispostas a se doar para manter um movimento nacional pela moralidade na política? Será que elas têm capacidade de acompanhar o desempenho de outros políticos que não tenham tanto visibilidade quanto um Presidente da República? Será que elas, e grande parte dos que estavam ali presentes (assim como no churrascão da gente diferenciada e outros eventos de facebook) entendem os temas e questões que movem (ou deveriam mover) aquelas ações? Elas acham que sim. "Estudei com o deputado (Antônio) Reguffe na faculdade e quero entrar no partido dele, nem sei qual é. Qual é?", confessa Daniella.


Em tempo: as irmãs dizem que o movimento era apartidário e impediram a ostentação de bandeiras de partidos. Mas se esqueceram de movimentos como a Anel que, embora não seja um partido, bem... também tem interesses.

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"Posso não concordar com uma palavra sua, mas lutarei até à morte para que tenha o direito de dizê-las" - Voltaire.