quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Meu voto é na Marina

Marina Silva não é conservadora!


Cansei de ouvir gente falando que não vota na Marina porque ela é conservadora, porque ela é contra o aborto, contra a união civil homossexual ou contra a legalização da maconha. Qualquer pessoa que me conheça bem sabe que eu não votaria em alguém que fosse contra estas causas por motivos óbvios (não, eu não fumo maconha, ok?).

Marina Silva foi a única candidata com honestidade e franqueza suficientes para assumir a sua posição real sobre o assunto. Ela colocou sua posição INDIVIDUAL E PESSOAL (que é contra por motivos religiosos) e o seu POSICIONAMENTO PÚBLICO de realizar um plebiscito em relação a estes temas. São duas coisas distintas e mostram que, ao contrário dos outros candidatos, a Marina Silva sabe diferenciar seus posicionamentos pessoais da sua função pública.

E não venha me dizer que ela está tirando o dela da reta. Estes temas são extremamente delicados e pouco debatidos nacionalmente. É óbvio que eles nunca seriam aprovados em plenário. Eles tratam de setores sociais pouco ou nada representados no Congresso Nacional. Como esperar que estas pautas avancem? E, se avançassem, de que adiantaria aprovar leis sobre as quais a sociedade não tem noção de sua importância e relevância social?

Temas que, como estes, representam impasses e pouco esclarecimento na sociedade (ainda há que ache que união civil entre homossexuais é casamento na igreja, por exemplo) não podem ficar num pedestal. Isso favorece campanhas nada elucidativas e que só vêm a empobrecer o debate público. Basta ver a questão da lei de criminalização da homofobia, que foi aprovada na Câmara dos Deputados a MUITO custo e agora está parada no senado. Ela é vítima de uma campanha lobbysta evangélica que só desvirtua o real significado do que é homofobia! Se este tema fosse debatido em plebiscito, a sociedade assistiria a um debate muito mais maduro sobre o assunto e que não se resumiria a pouco mais de 500 deputados que nem sequer sabem a diferença entre homofobia, preconceito e discriminação.

Aliás, um dos principais lobbystas contra a lei de criminalização da homofobia é o Pastor Silas Malafaia, que deixou de apoiar a Marina recentemente justamente por ela defender os tais plebiscitos. Seria coincidência? Hoje ele apóia o Serra, refletindo o "óbvio ululante" de que ele não se compromete com estes temas.

Voto Marina pela mudança e para tirar o eleitor do anônimato porque acredito que democracia participativa vai além do voto.


Um comentário:

  1. Poucos sabem diferenciar a posição individual e pessoal do posicionamento publico.

    O problema do plebiscito é que a grande maioria tem a bitola estreita ou é facilmente influenciada.

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"Posso não concordar com uma palavra sua, mas lutarei até à morte para que tenha o direito de dizê-las" - Voltaire.